Urocenter Petrolina - Urologia e Andrologia
A ressecção endoscópica da próstata ou RTU da próstata ("raspagem da próstata") é a cirurgia padrão ouro para tratamento da hiperplasia benigna da próstata (HPB). Antes da cirurgia de próstata, o paciente deve realizar exames laboratoriais e a avaliação com cardiologista é sempre recomendada. Caso se detecte problemas clínicos relevantes, deve-se encaminhar para especialistas para avaliação antes cirurgia.
O objetivo da cirurgia é deixar o fluxo urinário livre, sem dor e com tempo miccional curto. A RTU da próstata, quando bem indicada, transforma a vida do paciente. O paciente fica com jato forte, desaparece a urgência e diminui as micções noturnas. A pessoa dorme melhor e acorda sem cansaço. A melhora da qualidade de vida é o que se almeja como objetivo da cirurgia.
A cirurgia consiste na introdução de um aparelho (ressectoscópio) pela uretra, o qual permite retirar pequenos fragmentos da glândula, promovendo desobstrução do fluxo urinário. Após a cirurgia é colocado uma sonda para irrigar a bexiga até que pare o sangramento. É uma cirurgia de rápida recuperação, permanecendo no hospital por 1 ou 2 dias após o procedimento.
Algumas explicações importantes:
Esta cirurgia NÃO costuma alterar a potência sexual dos pacientes (função erétil), mas diminui bastante o volume do ejaculado e, frequentemente, pode até desaparecer. Isso ocorre porque após a ressecção prostática, o sêmen passa a cair direto na bexiga após o orgasmo e, desta forma, será eliminado durante a micção, fenômeno conhecido como ejaculação retrógrada.
Não é um procedimento doloroso. No pós operatório, após a retirada da sonda, o que frequentemente incomoda os pacientes é a ardência ao urinar (disúria), sintoma que pode persistir até 30 dias após a cirurgia.
Na véspera do procedimento:
Alimente-se normalmente durante o dia. Não há qualquer restrição com relação aos tipos de alimento que podem ser ingeridos. Se puder, opte por um jantar leve, sem abusar de gorduras ou alimentos de difícil digestão. Evite ingestão de álcool neste dia.
A principal recomendação é com relação ao jejum: se a cirurgia estiver agendada para a manhã, inicie o jejum às 22 horas, após o jantar. Venha em JEJUM TOTAL (nem comida nem água) por pelo menos 8 horas; não coma nada durante a espera para o procedimento. Água para tomar comprimidos é permitida, em pequenos goles.
Você deve levar na sua internação todos os seus exames realizados, pois estes também serão vistos pelo anestesista.
Os exames de ultrassom, tomografia e ressonância devem ser levados. As vezes, é avaliado no meio da cirurgia. Pode-se inclusive mudar a conduta no intra-operatório por discussão com médicos assistentes.
Remédios para hipertensão podem ser tomados pela manhã da cirurgia com um gole d’água, só para ajudar a deglutí-los. Os remédios para diabetes só serão tomados na véspera. Se usar remédios para urinar melhor, alfa-bloqueador, deve-se tomar na véspera da cirurgia para ter uma noite melhor de sono.
Como regra, recomendo a suspensão dos seguintes medicamentos nos 10 dias que antecedem o procedimento: AAS e derivados, Marevan®, Coumadin®, Plavix® (clopidogrel), Clexane®, Ginko Biloba® ou qualquer outro medicamento que interfira sabidamente em sua coagulação. Em casos especiais, alguns deles podem ser mantidos para o procedimento, desde que o cirurgião e o anestesista estejam cientes e de acordo.
Não há necessidade da tricotomia ou uso prévio de laxantes.
No pós-operatório imediato
Ao término da cirurgia, os pacientes ficam no repouso pós-operatório no centro cirúrgico. Os pacientes recebem alta para o quarto, quando estiverem estáveis e com saída do líquido da irrigação vesical claro. São vistos os sinais vitais, como pressão arterial, frequência respiratória e cardíaca.
Após o procedimento, você poderá se alimentar normalmente. O tempo total de permanência nas dependências do hospital é de cerca de 1 a 2 dias.
Nesta cirurgia, os pacientes saem da sala de operação com uma sonda que é chamada de três vias. Em uma via, é colocado água destilada dentro do balão da sonda para que impeça a saída da bexiga. Na segunda, é infundido soro fisiológico contínuo para impedir que ocorra a obstrução da sonda por coágulos. Na terceira, é a saída do líquido da irrigação e urina com sangue.
Apesar desta cirurgia não se ver corte cirúrgico externo, o corte interno ocorre na próstata. Assim, a próstata é removida em pequenos pedaços, por uma alça de ressecção do aparelho.
Quando a urina fica mais avermelhada, deve-se aumentar a infusão do soro fisiológico da irrigação para impedir que ocorra coágulos.
Após a alta hospitalar:
No momento da alta, você será orientado sobre as medicações que utilizará em casa. Em geral, são prescritos analgésicos para dores leves e, quando necessário, medicações para gases e laxativos.
Os índices de complicações dessa cirurgia em revisões da literatura são: transfusão sanguínea 2,9%, incontinência urinária 2,9%, estenose do colo vesical 4,7%, estenose uretral 3,8%, disfunção eréctil 6,5% e ejaculação retrógrada em 65,4%.
Ocasionalmente, o paciente pode receber alta hospitalar com a sonda vesical. Esta sonda não exige qualquer cuidado especial e deve, preferencialmente, permanecer fixada a coxa ou abdômen. Água e sabão podem ser aplicados livremente na região, no momento do banho.
Até a retirada da sonda, pequenas quantidades de sangue podem ser eliminadas na urina (bolsa coletora) ou em torno da sonda, pelo canal da uretra, geralmente quando são feitos movimentos ou pequenos esforços. Ocasionalmente, pode escapar, também ao redor da sonda, urina em grande quantidade. Isto, geralmente, não tem qualquer significado e, em geral, surge quando a sonda está dobrada e não permite o escoamento de urina. Quando isto ocorrer, deve-se inspecionar a posição da sonda, verificando se a mesma não está dobrada ou com o clampe fechado.
Quando é retirada a sonda, os pacientes podem sentir dor ao urinar. As vezes durante toda micção, mas na maioria dos casos, no seu final. A uretra está inflamada e a ardência no final da micção é causada pelo contato da bexiga com a próstata.
A dor ao urinar fica menor a cada dia, até desaparecer. Geralmente, ao término de uma semana, a pessoa já está bem, sem dor e sem urgência miccional. Entretanto, há casos de ardência por até mais de 1 mês. Ela depende de diversos fatores como tamanho e inflamação na próstata, além da energia usada na cirurgia.
Cuidados após a alta hospitalar
Nas primeiras 2 semanas após a cirurgia, o paciente deve manter repouso relativo, evitando atividades profissionais intensas, carregar pesos e executar qualquer tipo de exercício físico intenso. Entretanto, neste período, é importante que o paciente se movimente de maneira cuidadosa, estando liberado para caminhadas diárias cuidadosas.
Após 2 semanas de cirurgia, o paciente poderá realizar atividades suaves como caminhadas pouco mais longas. Atividades profissionais que não exijam esforço físico podem ser retomadas se o paciente desejar. Até a sexta semana de cirurgia deve-se evitar atividades mais exaustivas como, por exemplo, corridas, flexões abdominais, jogos de tênis e futebol, cavalgada, bicicleta ou ginástica que implique em esforço muscular mais acentuado.
Atividade sexual pode ser reiniciada cerca de 45 dias após a intervenção cirúrgica, devendo-se ter em mente que as primeiras experiências poderão ser acompanhadas de algum desconforto na região genital. Ejaculação retrógrada (“ejaculação a seco”) é comum no pós-operatório devido a alteração da anatomia prostática provocada pelo procedimento cirúrgico.
Uma dieta rica em frutas e verduras, rica em fibras, favorecem o trânsito intestinal. Os alimentos laxativos, como ameixa e mamão, devem fazer parte da nutrição no pós-operatório. Eles facilitam a evacuação sem esforço.
Quaisquer dúvidas com relação a trâmites burocráticos e administrativos serão solucionadas por nossa equipe, via telefone de contato da clínica.
Confira o termo de consentimento informado para realização da RTU-P